sou quieta como folha de outono esquecida entre as páginas de um livro, sou definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto - se tomada com cuidado, verto água límpida sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto mas, se tocada por dedos bruscos num segundo me estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira dourada.


.Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011


"Ainda que a gente nem perceba, tudo é avanço e transformação, acúmulo de experiencia, dores do parto de nós mesmos, cada dia refeito.
Somos melhores do que imaginamos ser.
Que no espelho posto à nossa frente na hora de nascer a gente ao fim tenha projetado mais do que um vazio, um nada, uma frustração: um rosto pleno, talvez toda uma paisagem vista das varandas da nossa alma."

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Speak my tongue.