sou quieta como folha de outono esquecida entre as páginas de um livro, sou definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto - se tomada com cuidado, verto água límpida sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto mas, se tocada por dedos bruscos num segundo me estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira dourada.


.Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Os potes de requeijão do Fabrício

Eu me dei conta que tudo é exercício para estar acompanhado.
Arrumar a cama, por exemplo.
Há gente que coloca o cobertor fincado internamente nas bordas do colchão, revelando índole possessiva e ciumenta.
Há gente que deixa o cobertor solto, mostrando desapego e sociabilidade.
Há gente que nem ajeita, denunciando solidão e independência.



* Texto maravilhoso do Carpinejar. Sou do tipo que não arruma a cama.

http://carpinejar.blogspot.com/2010/06/potes-de-requeijao.html

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